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| Pintura inspirada nas ilustrações de Tolkien e em Firebird, de Fantasia, da Disney. |
Algo que tem me feito muito bem é aprender a perdoar. Creio que para me
proteger em momentos de imensa fragilidade, fui criando uma casca dura que não
deixava nada passar e qualquer crítica a mim, ou falha, era visto como um
ataque pessoal. Nunca fui muito passiva, mas fiquei de certa forma até agressiva
durante alguns anos e ao ferir alguém, também me feria e , surpresa!, não sabia perdoar-me, igualmente. Tudo isso ia se
tornando uma bola de rancores que me consumiam por dentro.
Do ano passado pra cá, conforme fui me libertando de várias
coisas, tomei consciência que me livrar de tanta culpa e rancor era essencial
para minha saúde e meu bom convívio com os outros e fui notando que ao perdoar o outro ,
automaticamente perdoava a mim e vice e versa, pois reconhecendo que o outro
erra, tiro das minhas costas o peso de
ter que ser perfeita sempre, e reconhecendo que eu sempre erro, tiro o mesmo
das costas alheias.
A verdade é que erramos, mas nos arrependemos (ou
deveríamos). Aceitar que alguém que você ama de vez em quando vai te machucar,
porque ele não é perfeito, é aceitar que você também faz isso. Aquela palavra
que te disseram que você nunca esqueceu, aquele dia que te esqueceram, aquela
pessoa que foi injusta, aquele tapa (seja
no corpo como na alma) . Não estou dizendo de forma nenhuma que devemos nos
submeter a alguém que nos pisa e humilha
e muito menos que devemos conviver e levar numa boa, mas podemos sim, nos
afastar e entender que o outro, como você, é um ser cheio de traumas, medos,
erros e limitações.
Não perdoei tudo, mas queria chegar à isso. Só faz bem, só
descarrega energias péssima e dá espaço para coisas melhores na vida. Hoje se
me irrito, me magoo, critico e sou criticada, se faço por um momento um inferno
na vida do outro como ele pode fazer no minha , já penso mil vezes antes de
colocar no meu coração esse fato como incorrigível e essa pessoa como
imperdoável. Pode não ser perfeita, mas
só tenho uma família. Podem não ser perfeitos, mas prezo meus amigos. Podem não
ser pessoas relevantes, e por isso mesmo ,não vou me encher de sentimentos
corrosivos por quem não faz diferença. Posso ser um poço de defeitos, mas sou
minha melhor amiga.
Não é ser Buda, não é ser Cristo. É ter a humildade de enfim
compreender que somos apenas humanos demasiado humanos.

Sou uma pessoa extremamente rancorosa, e confesso que fico muito mal por isso. Posso até perdoar sim, mas, a mágoa e o rancor, não consigo arrancar do meu coração.
ResponderExcluirTambém sou assim Nicole!Está sendo um processo penoso deixar de ser dessa forma, mas vale a pena!
ExcluirValorizar o que merece ser valorizado. Ressaltar e guardar o que acrescenta positivamente. Compreender que sempre haverá alguém mais e isso não significa que sou menos. Aprender a libertar para ser livre. Obrigada Dayane, aprendo com voce.
ResponderExcluirObrigada <3
ResponderExcluirQue bonito, parabéns!
ResponderExcluirLembrou-me este outro texto que fala, de forma diferente, sobre esse mesmo sentimento:
http://cantoemsilencio.blogspot.com.br/2014/01/quanto-mais.html