Não aconteceram coisas grandiosas, foi na verdade um ano
calmo, sem muitos altos e baixos. Um ano
apático, eu diria.Mas foi um tempo necessário em que com a calmaria, consegui
colocar a casa em ordem. A casa sou eu, quero dizer.
Foi o primeiro ano em
muitos em que pude respirar e me dar ao luxo de ter TEMPO. Ano passado foi de inúmeras mudanças, foi
praticamente o ano em que me tornei outra pessoa e deixei para trás ,na prática, muito do que me consumia e fazia mal. Foi como se eu tivesse desinstalado programas pesados do meu software que estava
cheio de vírus. Esse ano de 2015, foi a época
de fazer uma limpeza profunda dos resíduos que esses programas deixaram: as pastas
vazias que só ocupavam espaço e memória, os spywares e malwares que eu não
sabia que ainda estavam ali me atrapalhando o tempo todo, já que para mim,
finalmente eu havia removido aquele vírus maligno que quase me fez entrar em
pane. Mas os resíduos estavam ali, todos eles. Sai de um relacionamento muito abusivo e isso já foi ótimo, mas as consequências como medo, insegurança, ciúme,
desconfiança, baixa auto-estima não saíram de mim. Sai de uma doutrina que me
prendia e enchia de pavor, mas a sensação de estar sendo sempre vigiada por uma
força invisível, os pesadelos com a possível entrada no inferno, estavam ali. Fora
um balde de rancor, raiva, frustração e falta de entendimento que carreguei por
toda minha vida.
Foram batalhas comigo mesma, mas com ajuda. Voltei pra
terapia, iniciei uma nova mediação e resolvi que merecia por um fim nisso, por
mim e pelos que me amavam, que eu também acabava fazendo sofrer. Foi e ainda é
um processo duro esse de olhar para mim mesma e reconhecer as falhas, erros e auto
sabotagens que cometo todos os dias. Mas posso dizer que pelo menos , 65% desse
lixo interno foi eliminado e o restante está em processamento. Deu tão certo que fui liberada da terapia e sou considerada fora do quadro de depressão e essa é minha maior vitória de 2015!
Consegui tirar
muita culpa de minhas costas e das costas de outros, mas também pude enxergar
que não tenho que ser sempre servil, posso e devo me impor. Não tenho que dar
razão sempre pra quem me julga e não me conhece e nem tenho que dar explicações
para quem nada tem a ver com a minha vida. Não tenho que servir e nem agradar à
ninguém, posso ser amada sendo apenas quem sou!
Este é um ano em que consigo olhar para mim mesma com
orgulho e admiração, em que finalmente sinto que sou minha melhor amiga, que
estou do meu lado. Acredito em mim e na minha história pessoal . Superei tantos obstáculos, tantos temores internos e sei muito bem
que posso suportar muito mais. Fiz uma revolução na minha mente. Foi difícil e
doloroso, mas fiz o que tinha que ser feito. E continuarei fazendo.

E continue sendo generosa com vc. Sabe algo bom, algo muito bom? Vc é jovem! Aproveite a sua linda juventude!Saúde, paz e muita prosperidade em todos os sentidos. Grande, imenso abraço fraterno. Aprendo muito com vc, gostaria que levasse contigo essa alegre certeza.
ResponderExcluirSisters é sua tela mais bonita. Completa, se basta. Grande sensibilidade, parabéns!
ResponderExcluirOlá, tudo bem?
ResponderExcluirPrimeiramente, belas pinturas! Para mim, 2015 foi uma ano bastante delicado e acho que acabei mencionando muito isso nos meus textos. Por outro lado, assim como você, também conseguir enxergar um crescimento e conhecimento em mim mesmo.
Muito bom o texto!
Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/
Dayane, fico imensamente feliz em ler as suas palavras. Você deve se perguntar: "Uai, por que essa louca fica feliz por eu estar bem?". Empatia. Sei o que é ir "ao inferno". O meu problema não é a depressão, mas sim a ansiedade generalizada, que me causa/causava episódios de pânico.
ResponderExcluir2014 foi o ano em que me reergui e no qual me aconteceram coisas incríveis. Mesmo. Ao mesmo tempo que entrava em equilíbrio em relação ao pânico, coisas magníficas aconteciam no campo acadêmico e esportivo. Esse ano a coisa continuou a fluir bem e eu tenho me mantido estável e bem. É isso que importa: estar bem consigo mesmo e com o mundo.
Adorei esse trecho do seu texto: "Consegui tirar muita culpa de minhas costas e das costas de outros, mas também pude enxergar que não tenho que ser sempre servil, posso e devo me impor. Não tenho que dar razão sempre pra quem me julga e não me conhece e nem tenho que dar explicações para quem nada tem a ver com a minha vida. Não tenho que servir e nem agradar à ninguém, posso ser amada sendo apenas quem sou!". É exatamente isso. É um dos meus lemas.
Espero que o seu 2016 seja ainda melhor!
Um forte abraço!