Tenho blog desde os meus 14 anos e os iniciei com desejo de partilhar o que eu pensava e sentia com relação ao mundo. Além do
fato de escrever e expressar minhas emoções, outra coisa muito benéfica foi começar a ter contato com pessoas que
passaram pelo mesmo que eu, pensavam da mesma forma ou até mesmo diferente, mas
entravam em contato e comentavam sobre o que eu havia escrito. Então, eu ia até
o blog deles , lia o que escreviam e fazia a mesma coisa. Com isso, fomos formando
uma grande rede de apoio e amigos virtuais que me ajudaram muito em momentos
que precisei.
Porém, nunca fui de fazer amizade com facilidade. Sou
receptiva e amigável, mas dificilmente consigo me abrir com pessoas que mal
conheço e até mesmo com as que conheço. Esse foi um dos fatores que me levou a depressão,
já que eu não tinha com quem dividir o que me afligia. Era muito fechada e pensava
que não iriam me entender. Quando entrei no Facebook, comecei a interagir mais
por meio de grupos fechados sobre assuntos específicos, no caso o MBTI,
um assunto pelo qual me interessava muito na época. Nesses grupos conheci
pessoas fantásticas, com as quais passei a me relacionar e conviver fora da
internet e que até hoje, considero como melhores amigas. Eram grupos com
pessoas com tantos problemas parecidos, tantas angústias, medos, expectativas,
que acabei passando, sem saber, por uma terapia coletiva. Muitos dos meus
traumas, medos, dúvidas foram tratadas ali e vi o amadurecimento de vários que
também participavam.
Conheci pessoas sem caráter, aproveitadoras, caluniadoras e
etc? Conheci sim! Cheguei, inclusive, a criar “inimigos”. O problema da
internet é o mesmo que o da vida real, de existirem pessoas que não gostam do
seu jeito, da forma como você é e se expressa, da sua personalidade ou até
mesmo de atitudes que você tem. Em qualquer lugar, sempre haverá quem não gosta
de você. Mas na internet as pessoas podem falar
o que quiserem, então fica muito mais fácil ser mal educado, grosso,
rude e até mesmo cruel por aqui. Acompanho alguns vlogs e vejo a quantidade de
comentários depreciativos que os vlogueiros recebem por estarem ali, ora
falando de assuntos genéricos, e ora falando de suas vidas, opiniões. É muito
mais fácil apontar o dedo e ser “hater” quando não se está frente a frente com
alguém. Hoje sou muito mais cuidadosa com o que e quem eu exponho, mesmo
involuntariamente, pois já passei dessabores por isso e também porque não é
nada legal você se expor de mais para quem não está ali para te ajudar, mas
para julgar você, muito menos expor pessoas que estão a sua volta. Mas ainda
gosto de usar essas redes todas para conhecer pessoas e falar sobre ideias, e porque não?, sentimentos!
Claro que pela internet devemos tomar um maior cuidado com o que escrevemos e
com quem partilhamos isso, pois essas mensagens ficam gravadas, não são apenas
palavras que depois passam.
Eu considero esses amigos que fiz tão amigos quanto todos os
outros, mesmo alguns deles ainda não conhecendo pessoalmente. Acredito que não
se conhece alguém só porque o viu cara a cara, isso não é garantia de nada!
Posso crer piamente que aquele colega de faculdade que senta do meu lado todos
os dias é meu amigo e ele se mostrar um grande de um pilantra, assim como posso
conhecer essa pessoa pela internet e idem. Quem garante que aquele cara que
conheci num barzinho, aparentemente bonito e bem cuidado, está me dando seu
nome real, sua visa real e revelando suas reais intenções?
Hoje sou uma pessoa que em vez de ficar calada, preciso
conversar com alguém para me sentir melhor e menos aflita, mas já tenho pessoas
com as quais sei que é mais seguro confiar. Contudo, não me arrependo das épocas
em que precisei dos grupos para me sentir mais acolhida nessa vida. Agora uso
os grupos mais para discussões politicas e artísticas, e continuo achando que
essas trocas de ideia valem a pena!

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sinta-se á vontade