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| Susy, de Julieta dos espíritos. Fellini. |
Tenho me perguntado de onde vem surgindo todas essas novas
folhagens, esses novos galhos que por não doerem, não sinto nascer. Estão
surgindo como pelos em pele crua: sem alardes, indolores, apenas seguindo sua
natureza. É como se o que estava bloqueado começasse a renascer, o que antes
emperrado, começasse a romper. Romper barreiras, romper mundos, romper muros,
romper medos. O que antes se encolhia agora é endireitado, o que era difícil
agora se tornou fácil, o que era errado, agora é certo. Ou pelo menos sem
julgamento.
As crises impulsionam e o desejo faz germinar a vontade de
me diluir, não mais esconder ou paralisar, mas seguir o curso, mesmo em águas
tão tortuosas.
Os que me veem se perguntam o que terá acontecido, alguns
até me censuram, falam que algo se quebrou dentro de mim, algo que me definia,
que estou “perdida”. E eu sei exatamente o que foi quebrado e porque estou
agora tão solta e sem eixo: O que se quebrou dentro de mim foi minhas
correntes.

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