“Como eu vim parar aqui?”
Desde que iniciei as aulas na prefeitura me faço essa pergunta.Todos os dias me vejo em um ambiente que exige mais do que posso dar. Olho todas aquelas crianças com certo desespero de “O que estou fazendo aqui?”.
Não falo da minha capacidade de ensinar pedagógico ou do domínio da matéria pela qual entrei no concurso. Falo , de fato, em qual a minha relevância naquele ambiente onde mais do que aprender as cores primárias, lido com seres humanos pré- encarnados que necessitam aprender sobre a vida. Muitas vezes não escuto como deveria.Só tenho 45 minutos para dar atenção à 30 seres que,sei bem, em grande maioria, só tem a imagem do professor para dizer o que sentem ou pensam. Me irrito com o que mais precisa de mim. Não vejo o que parece estar bem,mas não está. Não tenho nem se quer me visto.Ouço todos os dias histórias que sei que, o máximo que posso fazer, é tentar orientar por meio de livros e reflexões. Quem olha por essa criança? Eu olho?
Tem sido difícil, confuso e sacrificante. Vale a pena, mas uma pena só não faz ninguém alçar vôo. E eu sou só uma pena em um sistema que é expert em cortar asas.
Vale a pena?
Quem me escolheu para ser professora?

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