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| Eu |
Visitei o mar depois de 15 anos. Foi como um primeiro encontro, e ao
mesmo tempo, como um reencontro comigo mesma. O mar sou eu: aquela imensidão
bravia e misteriosa, aquela água que convida e abraça, mas que te engole e envolve, te encanta. Não eu como ser humano,
não eu como mulher, como matéria, mas uma faceta que destrói e ao mesmo tempo
me vicia. O mar são todos os meus pensamentos, tão profundos que os desconheço.
Quanto mais eu penso, mas me afundo, me
afogo e mais vejo que há muito a ser
conhecido dentro de mim mesma.
O mar evoca uma vontade de me abandonar, de caminhar até sua
mais profunda orla e me integrar a tudo o que o pertence. Deve ser realmente
doce morrer no mar. A minha vontade é de perder-me nele, esquecer-me, apenas
contemplar o que não conheço, apenas ver o quão vasto, sem saída, sem rumo, sem
prumo eu sou , a vida é.
Ele não me deixa
alegre, pelo contrário, me evoca uma forte melancolia. Ele é feitos de todas as
s minhas lágrimas, de toda a minha dor.
Um dia, quem sabe, eu more na beira da praia, eu ouça todas
as noites esse canto da sereia e deixe de melindres, me entregue de vez e
descubra quem eu sou.
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| Sem notar, projetei-me dias antes neste desenho. Esta deve ser minha verdadeira imagem. |


O mar é arrebatador...
ResponderExcluirGostei do desenho e da ideia da possibilidade de ter se projetado antes! =)
ResponderExcluirE quanto do teu sal
ResponderExcluirSão lágrimas de Portugal! (Mar - Fernando Pessoa)
Eu tenho uma sensação bastante parecida em relação ao mar... De um forma estranha, sempre quis morrer no mar e sempre pensei no comercial da Fernanda Vogel e em como ela morreu logo após o comercial da exata mesma forma... Até um dia que minha prima e eu quase nos afogamos... é bem desesperador para falar a verdade... Vi ali que se deve ter MTO cuidado com o que se pensa, sente, fala e deseja...
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