Eu queria ter um pouco mais de coragem para sair da minha
zona de conforto e enfrentar mais o mundo. Queria ser dessas pessoas que se
adaptam a qualquer realidade e fazem de lugares passageiros seu lar, que são
mais apegadas a si mesmas que as circunstâncias que as rodeiam.
O novo muitas vezes me assusta, mesmo eu o enfrentando.
Consigo ver a montanha, respirar fundo e atravessá-la, mas não tenho a leveza
de fazer disso uma aventura. Não tenho um kit de mochileira que enfrenta
qualquer situação e transforma tudo numa jornada. Ainda encaro como um
obstáculo grande a ser ultrapassado, muitas vezes sem prazer e com muita
dificuldade. Deve ser porque insisto em carregar bagagem velha, roupa usada,
apetrechos inúteis, achando que aquilo que fui no passado ainda poderá me ser
útil, quando na verdade eu deveria olhar para mim mesma e notar o que preciso
neste momento. Acontece que desfazer-me de pesos antigos não é fácil, por mais
que os reconheça inúteis. Tenho procurado formas de levar a bagagem comigo,
pessoas que possam me ajudar e muitas até carregam esse peso e aliviam meu
cansaço. Mas há outras pessoas que mostram que não: que é hora de deixar a
bagagem pra trás! As malas eram fechadas e eu nem olhava oque havia lá dentro,
mas talvez eu precise mesmo perder o medo do que irei encontrar nos meus pertences mais secretos e ir pegando
um por um, analisando e vendo o que ainda posso aproveitar. Será bem pouca
coisa, eu sei. Tantas roupas já não me servem, tantos enfeites já não combinam,
tanto lixo eu juntei como tesouro. Não será de uma vez, será mesmo aos poucos,
mas ;e hora de começar a me livrar de coisas antigas e prosseguir a viagem mais
leve.
Tô nessa fase de transição: largando aos poucos aquilo que faz peso inútil em cima de mim e me arriscando um pouco no que ainda é novo e desconhecido. Realmente não é nada fácil, mas com um passo de cada vez a gente chega lá!
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