Eu nunca sobre
administrar nem tempo, nem dinheiro, muito menos emoções e sentimentos e isso
tem ficado cada vez mais evidente.
Dou tudo de
mim ao que acho importante. Quando criança, lia livros numa virada de noite,
mesmo sabendo que ficaria com sono na escola pela manhã. Quando assisto séries
, fico obcecada, vivendo todos os dias com aqueles personagens. Quando gosto de
um tipo de música, busco a fundo tudo sobre ela e me esqueço que existem outros.
Eu fui uma
garota rebelde até meus 20 anos, quando conheci meu primeiro namorado. Eu literalmente
me esqueci. Vivi para ele e por ele, tentando consertar tudo em sua vida,
tentando ser tudo o que a mãe, professora, irmã, tia, babá, Deus, não foi. A devolutiva, obvio, era quase
0.
Aos 24, meu
segundo relacionamento. Idem, mas neste a devolutiva era um pouco maior, o que
fez até mesmo eu ter um pouco de tempo
para reconhecer-me e prover mudanças em minha vida. Ainda assim, minha
dedicação a mim mesma nunca chegou aos pés a dedicação que tive por ele.
No meu trabalho, esqueço-me de mim
cmpletamente . Já atendi mulheres despedaçadas quando eu mesma estava. Já falei
sobre a vida quando eu mesma queria morrer. Já subi e desci escadas, planejei ações
quando eu achava que não teria condições de estar de pé. Quando chego em casa,
só o que quero é dormir. Um cansaço descomunal me pega. Só acordo para
novamente trabalhar, novamente me dedicar a ele, novamente ser para todos e não
ser para mim.
Apesar de
tudo , não sei como, consegui cuidar das minhas obrigações automaticamente. Formei-me,
me pós graduei, me formei de novo, fiz inglês, trabalhei, mandei currículo,
trabalhei de novo, fui no médico, tomei remédio, troquei remédio, passei em
concurso, fiz perícia vou fazer de novo...Mas eu não sinto nada. Para mim, não
sobra nada.
O prazer que
venho sentindo é a reconexão com a espiritualidade, que quanto mais aflora, mais
empoderada e plena me faz , e como é da minha personalidade, absorvo
absolutamente tudo sobre todas as crenças, ritos e magias que estão em meu caminho. E meu único prazer
tem sido um problema em minhas relações, pois ele está me fazendo crescer e o
outro, se sentir diminuído.
São meus
ritos que tem me devolvido a humanidade. Pouco a pouco, volto a prestar atenção
nas plantas que cultivo em casa, na lua que me ilumina, no prazer de ser quem
eu sou. Escrevo esse texto em lágrimas, mas o que quero dizer é que se
reconectar consigo faz você se desconectar do que te machuca e te entristece.
Faz você querer ser tratada melhor , com o mesmo carinho e dedicação que você
tem aprendido a administrar e dar uma parcela a si mesma. Você aprende a se
respeitar a saber que é uma filha dos deuses e que por isso, não pode permitir
que te maltratem, sendo que Deus e a natureza te criaram com tanto amor.
Você merece
amor. Você é humana e não um robô!
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