domingo, 21 de dezembro de 2025


Eu nunca sobre administrar nem tempo, nem dinheiro, muito menos emoções e sentimentos e isso tem ficado cada vez mais evidente.
Dou tudo de mim ao que acho importante. Quando criança, lia livros numa virada de noite, mesmo sabendo que ficaria com sono na escola pela manhã. Quando assisto séries , fico obcecada, vivendo todos os dias com aqueles personagens. Quando gosto de um tipo de música, busco a fundo tudo sobre ela e me esqueço que existem outros.
Eu fui uma garota rebelde até meus 20 anos, quando conheci meu primeiro namorado. Eu literalmente me esqueci. Vivi para ele e por ele, tentando consertar tudo em sua vida, tentando ser tudo o que a mãe, professora, irmã, tia, babá,  Deus, não foi. A devolutiva, obvio, era quase 0.
Aos 24, meu segundo relacionamento. Idem, mas neste a devolutiva era um pouco maior, o que fez até mesmo eu ter um pouco de  tempo para reconhecer-me e prover mudanças em minha vida. Ainda assim, minha dedicação a mim mesma nunca chegou aos pés a dedicação que tive por ele.
 No meu trabalho, esqueço-me de mim cmpletamente . Já atendi mulheres despedaçadas quando eu mesma estava. Já falei sobre a vida quando eu mesma queria morrer. Já subi e desci escadas, planejei ações quando eu achava que não teria condições de estar de pé. Quando chego em casa, só o que quero é dormir. Um cansaço descomunal me pega. Só acordo para novamente trabalhar, novamente me dedicar a ele, novamente ser para todos e não ser para mim.
Apesar de tudo , não sei como, consegui cuidar das minhas obrigações automaticamente. Formei-me, me pós graduei, me formei de novo, fiz inglês, trabalhei, mandei currículo, trabalhei de novo, fui no médico, tomei remédio, troquei remédio, passei em concurso, fiz perícia vou fazer de novo...Mas eu não sinto nada. Para mim, não sobra nada.
O prazer que venho sentindo é a reconexão com a espiritualidade, que quanto mais aflora, mais empoderada e plena me faz , e como é da minha personalidade, absorvo absolutamente tudo sobre todas as crenças, ritos e magias  que estão em meu caminho. E meu único prazer tem sido um problema em minhas relações, pois ele está me fazendo crescer e o outro, se sentir diminuído.
São meus ritos que tem me devolvido a humanidade. Pouco a pouco, volto a prestar atenção nas plantas que cultivo em casa, na lua que me ilumina, no prazer de ser quem eu sou. Escrevo esse texto em lágrimas, mas o que quero dizer é que se reconectar consigo faz você se desconectar do que te machuca e te entristece. Faz você querer ser tratada melhor , com o mesmo carinho e dedicação que você tem aprendido a administrar e dar uma parcela a si mesma. Você aprende a se respeitar a saber que é uma filha dos deuses e que por isso, não pode permitir que te maltratem, sendo que Deus e a natureza te criaram  com tanto amor.
Você merece amor. Você é humana e não um robô!


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